Tão abstracto é o que sinto...
Como abstracto o desejo envergonhado
De sentir abrigo em teu poiso
Abstracto são as palavras que silenciei
Os devaneios de quimeras alucinadas
Esquecidas... pra sempre abandonadas
Abstracto é esta insanidade quase demente
De quem foge à realidade e a si, assim mente
É uma dor submersa nesta inquietude de me querer dar... e não me dou...
É de ti querer tudo e já nada me poderes dar... porque a vida assim o ditou
Já nada te peço... já pouco recebo... já nada te dou...
Tão vazia me deixa a tua ausência
Caminho só... neste trilho gélido e inóspito
Enxergo a realidade desta louca cegueira
Determinada, expulso desejos insensatos
E volto à vida por inteira.
© Ana Simões